Translate this Page

Rating: 2.4/5 (334 votos)




ONLINE
1







Historia do vidro

Historia do vidro

História do Vidro


De 2000 a/c às primeiras chapas de vidro

Sempre que se fala na invenção dos vidros, os fenícios são os primeiros a se destacar. Diz a lenda que alguns fenícios, ao desembarcar na costa da Síria, montaram acampamento e fizeram uma fogueira sobre areia, ossos e salitre. Pouco tempo depois, um líquido brilhante escorria do fogo e se solidificava rapidamente.

Mesmo com essa história, os fenícios não devem ser os únicos a receber a glória. No Egito Antigo, arqueólogos encontraram o material nas formas de contas de vidro colorido, colares, brincos e frascos soprados.

Na definição internacional, vidro é “um produto inorgânico, de fusão, que foi resfriado até atingir a rigidez, sem formas cristais”.

Não importa a verdadeira nacionalidade dos descobridores.


O vidro e suas técnicas

As primeiras técnicas utilizadas em vidro eram extremamente primitivas. Com o tempo, outras foram surgindo. Por volta de 200 a. C, uma das técnicas mais utilizadas fazia uso de uma vara ou cana de sopro. Essa prática foi uma das responsáveis pelo grande avanço e aperfeiçoamento das indústrias vidreiras.

O passar do tempo fez com que os vidraceiros fossem descobrindo novas possibilidades na fabricação do vidro. Depois da “inovação” do vidro oco (soprado), vieram os vidros planos, usados principalmente para vitrais de igrejas e catedrais.

No século 12, na época das Cruzadas, em Veneza, na Itália, Murano (ilha próxima de Veneza) se tornou a grande fabricante de vidros, com diversos tipos de composição. Murano alcançou fama mundial nos cristais e espelhos que fabricava.

Na Renascença (século 17), houve uma queda na produção vidreira. Artesãos italianos migraram para a Alemanha e começaram a fabricar um vidro de cor esverdeada. No final do século 18, a França também aprimorou as técnicas que usava. O rei Luís XIV e o ministro Colbert reuniram alguns dos melhores mestres na arte do vidro e montaram uma empresa, a Saint Gobain – atualmente, é uma das mais importantes companhias privadas do mundo.

O começo do século 20 foi de grandes descobertas. O belga Émile Fourcault inventou um processo mecânico responsável por estirar a massa do vidro. O método utilizava pinças, que suspendiam a massa, de forma que ficasse verticalmente há quase 20m de altura para receber o corte. Ainda a partir do século 20, a indústria vidreira se desenvolveu com a introdução de fornos contínuos e equipamentos semi ou totalmente automáticos.

As décadas de 1930 e 1940 foram destaque no século passado, quando os grandes fabricantes empregaram o método Libbey-Owens, indicado para a produção dos vidros estirados pela facilidade no manejo e precisão de corte.

A história do vidro caminhou a passos largos para a fabricação dos vidros planos, com desenvolvimento e técnicas científicas de novos processos.

 

O Sistema Float

O sistema float surgiu por volta dos anos 1950, na Grã-Bretanha. O processo inovador, criado por sir Alastair Pilkington, tinha por base fazer o vidro (ou sua massa), ainda não derretido, flutuar em estanho derretido. Depois, o vidro ganha a espessura desejada, é recozido, resfriado e recortado. Também chamados de vidros planos, os floats são de excelente uniformidade e não possuem quase nenhuma distorção óptica.

Geralmente utilizados na construção civil, automóveis, eletrodomésticos, móveis e objetos de decoração, os vidros planos são considerados, hoje, dominantes na indústria vidreira mundial.

O vidro no Brasil: Início

Os primeiros pedaços de vidro chegaram ao Brasil por meio de Pedro Álvares Cabral, em 1500, que presenteou os índios com colares e rosários. Depois, em 1549, Tomé de Souza utilizou o escambo com os indígenas: trocou um lote de espelhos por pau-brasil.

Entre 1624 e 1635, os invasores holandeses entraram em Pernambuco e quatro artesãos abriram a primeira oficina de vidro, fabricando copos, frascos e janelas. Entretanto, a saída dos holandeses do País fez com que a oficina fechasse.

Desde então, muito tempo se passou para que o vidro voltasse a ter origem brasileira. A chegada da Família Real, em 1808, desencadeou a produção de muitas coisas antes desconhecidas no País ou importadas. Em 1810, Francisco Ignácio da Siqueira Nobre recebeu uma carta-autorização do regente D. João e pôde inaugurar a primeira produtora vidreira no Brasil, a Real Fábrica de Vidros da Bahia, em Salvador, que durou até 1825.

Em 1861, na 1ª Exposição Nacional de Produtos Naturais e Industriais, o vidro apareceu em forma de garrafas, frascos e globos para lampiões. Pouco tempo depois, em 1882, foi criada a segunda indústria brasileira de vidros, a Fábrica Esbérald – Companhia Fábrica de Vidros e Crystaes, produtora de embalagens. Em 1885, São Paulo ganhou a Companhia Vidraria Santa Marina. As duas fábricas deram início ao sucesso absoluto do vidro.

Depois de 57 anos, um empresário português fundou a Companhia Vidreira Nacional, a Covibra. Ao mesmo tempo, a Santa Marina criou a Companhia Paulista de Vidro Plano (CPVP), que acabou se tornando parceira da Covibra, para diminuir a concorrência. Mais tarde, a junção das duas empresas resultou na criação das Indústrias Reunidas Vidrobrás, no início da década de 1950.


O vidro no Brasil: a partir de 1950

No início da década de 1950, começaram a surgir as primeiras grandes empresas vidreiras no País, como a Sebastião Pais de Almeida, que controlou cerca de 60% da distribuição nacional. Os anos 1950 marcaram a grande demanda de vidro na indústria moveleira e na construção civil.

Em 1951, entrou em funcionamento a pequena Santa Lúcia Cristais. Dez anos depois, a fábrica inaugurou a filial Vidros Blindex. Em 1962, a Santa Lúcia começou a operar no interior de São Paulo, em Caçapava, com a Companhia Produtora de Vidro (Providro).

No início da década de 1960, eram três os principais fabricantes de vidros: a Providro, a Santa Marina e a UBV (União Brasileira de Vidros), empresa paulista criada em 1957). Essas empresas dominaram o setor até meados de 1980.


O vidro no Brasil: hoje

Juntas, a inglesa Pilkington e a francesa Saint-Gobain criaram, em 1974 no Estado de São Paulo, a Cebrace. Mais recentemente, em 1998, a multinacional americana Guardian se instalou em Porto Real, Rio de Janeiro.

Basicamente, hoje o Brasil tem quatro indústrias de fornecimento vidreiro nacional: Cebrace, Guardian, UBV e Saint-Gobain. Produtoras de vidros float e impresso, essas empresas são responsáveis pela fabricação de 1.800 toneladas de vidro por dia.

As associações

Sindicato do Comércio Atacadista de Vidros Planos, Cristais e Espelhos: criada no decorrer da década de 1950, no Rio de Janeiro e São Paulo. Foram as primeiras atuações no Brasil em defesa do segmento de distribuição;

Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro): criada em 1962, é representante dos fabricantes de vidros em geral;

Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos (Abravidro): nascida em 1990, defende ideais, parcerias e projetos e promove eventos dentro do setor.

Fonte: Abravidro

Clique aqui e veja a história da Abravidro.